Por:  ONUBR/BRASIL
foto:ONU
Marcando o Dia Mundial da Aids deste ano, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, demonstrou “otimismo” com o avanço da luta contra a aids em todo o mundo. Segundo ele, grande parte do mundo está acelerando o progresso na resposta ao HIV.
“Há reduções significativas em novas infecções e mortes, e nós estamos fazendo um bom progresso na realização de nossa meta de garantir que 15 milhões de pessoas tenham acesso ao tratamento antirretroviral até 2015. Isto é crucial para deter e reverter a epidemia de aids para o bem”, afirmou em uma mensagem especial para a data, lembrada nesta sexta-feira (1).
Ban ressaltou, no entanto, que ainda há sinais preocupantes de que algumas regiões e países estão ficando para trás, como revelou o relatório mundial sobre do UNAIDS deste ano. Mais de 35 milhões de pessoas vivem com o HIV no mundo. “Estamos fazendo avanços em atingir as populações vulneráveis através de esforços para eliminar o estigma e a discriminação, mas há ainda muito a fazer para acabar com este problema. Devemos nos comprometer a quebrar as barreiras ainda existentes, incluindo as leis punitivas e a exclusão social, para que possamos chegar a todas as pessoas que não têm acesso ao tratamento e serviços de HIV.”
O secretário-geral da ONU sugeriu a intensificação dos esforços para impedir novas infecções pelo HIV entre crianças e a garantia do acesso ao tratamento para todas as mães que vivem com o vírus como estratégias para o enfrentamento da epidemia. “Eu particularmente peço uma ação urgente para acabar com a discriminação e a violência contra as mulheres, que causam danos terríveis e aumentam o risco de infecção pelo HIV e morte por aids”, disse ele, lembrando a importância do Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária, uma das mais importantes fontes de financiamento para a resposta global, e agradecendo aos doadores. Ban afirmou que gostaria de ver a Aids relegada aos livros de história. “Se queremos um futuro livre da Aids precisaremos de investimento, compromisso e inovação contínuos para alcançar a visão de zero novas infecções por HIV, zero discriminação e zero mortes relacionadas com a aids. Neste Dia Mundial da Aids, tomemos a decisão de manter a aids registrada apenas nas páginas de história.”
UNAIDS REGISTRA PROGRESSO NA RESPOSTA À AIDS NO MUNDO E NECESSIDADE DE RENOVAR ATENÇÃO ÀS POPULAÇÕES-CHAVE.
Foto: Marcelo Camargo
No Dia Mundial contra a Aids, Ministério da Saúde lança estratégia que oferece tratamento antirretroviral a todas as pessoas vivendo com HIV, com mais de 100 mil pessoas passando a ser elegíveis.
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) observou REDUÇÃO DE 33% no número total de novas infecções ao HIV desde 2001 e 52% de redução de novas infecções em crianças desde 2001 a nível global. Apesar desses avanços, houve aumento no índice de novas infecções na Europa oriental e Ásia central de 13% desde 2006, enquanto que no Oriente Médio e o norte da África o mesmo índice duplicou.
Em muitos casos, a estagnação do progresso se deve à falta de acesso a serviços essenciais relacionados com o HIV. Com frequência, populações-chave, como homens que fazem sexo com homens (HSH), usuários de drogas, transgêneros e profissionais do sexo, não podem acessar serviços vitais. “Cada pessoa importa”, afirma Michel Sidibé, diretor executivo do UNAIDS. “Se queremos manter nossa promessa de não abandonar ninguém, temos de garantir que os serviços relacionados com o HIV cheguem a todos que precisam.”
Investimentos focados em alcançar populações-chave não têm mantido o ritmo necessário. O financiamento de serviços de prevenção do HIV para HSH é especialmente escasso na Ásia oriental, Oriente Médio e norte da África, assim como na África subsaariana. Existe grande defasagem de investimentos em vários países com alta prevalência do HIV entre usuários de drogas injetáveis. Em 10 países em que o grupo possui prevalência do HIV superior a 10%, apenas 5% dos recursos para o HIV são designados a programas de redução de danos. Apesar do risco desproporcional que as profissionais do sexo correm de contrair o HIV, apenas uma pequena parte dos recursos mundiais de prevenção são destinados a programas para o grupo.
“No Brasil, a sociedade civil é muito presente, e a resposta à aids se une à a luta pela defesa dos direitos humanos no país”, afirmou Georgiana Braga Orillard, coordenadora do UNAIDS no Brasil. “O desafio de hoje é integrar os jovens no movimento, principalmente das populações mais afetadas. Precisamos usar mais a força do movimento LGBT.”
De acordo com o Ministério da Saúde, a prevalência do HIV entre HSH é de cerca de 10,5%, sendo de até 40% na faixa etária mais jovem em certas localidades.
Dados mundiais da AIDS
Estima-se que, em 2012, houve 2,3 milhões de novas infecções por HIV. Desde 2001, porém, registrou-se redução de 33%. Em 2012, novas infecções por HIV em crianças foram reduzidas a 260 mil, verificando redução de 52% desde 2001. Graças à expansão do acesso ao tratamento antirretroviral (ART), as mortes relacionadas à AIDS caíram 30% desde o pico alcançado em 2005. Ao fim de 2012, por volta de 9,7 milhões de pessoas de países de renda baixa e média tiveram acesso ao tratamento antirretroviral, o que significa um aumento de quase 20% em apenas um ano. Em 2011, os Estados-membros da ONU acordaram a meta de chegar a 15 milhões de pessoas em tratamento para 2015.
Entretanto, com a ampliação da cobertura do tratamento e das novas evidências sobre a efetividade do tratamento antirretroviral na prevenção do HIV, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu novas diretrizes para o tratamento do HIV, aumentando em mais de 10 milhões o número inicial de pessoas elegíveis ao tratamento.
Brasil amplia a oferta de tratamento antirretrovirais a todas pessoas que vivem com HIV Em comemoração ao Dia Mundial contra a Aids, o Ministério da Saúde lançou uma estratégia que oferece tratamento antirretroviral a todas as pessoas vivendo com HIV, independentemente da contagem de células de defesa CD4.
Estima-se que 718 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil atualmente e que 300 mil estão sob tratamento. A nova estratégia fará com que mais de 100 mil pessoas passem a ser elegíveis ao tratamento de HIV. O diretor executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, cumprimenta a nova ação brasileira. “O Brasil está novamente mostrando sua liderança na resposta à aids. O governo abriu o diálogo com a comunidade sobre como o país pode ir além das atuais recomendações da OMS para oferecer tratamento para o HIV a todos”, afirmou. A ação brasileira baseia-se na nova evidência do uso do tratamento como forma de prevenção. “Isso é revolucionário, e eu parabenizo o Brasil”, afirma Sidibé.
Em 2012, estima-se que 35,3 milhões [entre 32,2 e 38,8 milhões] de pessoas viviam com HIV no mundo; 2,3 milhões [entre 1,9 e 2,7 milhões] de pessoas se infectaram por HIV; 1,6 milhão [entre 1,4 e 1,9 milhão] de pessoas morreram por enfermidades relacionadas à AIDS. Acesse os números clicando aqui. Mais informações UNAIDS Brasil: Aislan Luiz da Silva | 61-30389217 | luizdasilvaA@unaids.org Sobre o UNAIDS O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) une os esforços de 11 organizações da ONU: ACNUR, UNICEF, PMA, PNUD, UNFPA, UNODC, ONU Mulheres, OIT, UNESCO, OMS e Banco Mundial. Saiba mais em. http://onu.org.br/onu-no-brasil/unaids

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