Pacífica até as 19h, a Marcha da Maconha, realizada na orla de Ipanema (Zona Sul do Rio), terminou em confusão e correria. Balas de borracha foram disparadas contra os manifestantes, que acusam policiais militares. Houve também a explosão de bombas gás lacrimogêneo. Até a conclusão desta edição não havia informações sobre feridos.
O conflito teria começado quando manifestantes reclamaram do bloqueio, imposto pela Polícia Militar (PM), de um carro de som que participava da passeata pela Avenida Vieira Souto. Os PMs disseram ter sido xingados e agredidos. Uma garrafa de vidro teria sido atirada contra eles.
Havia cerca de 10 mil pessoas na manifestação, de acordo com os organizadores. A Polícia Militar (PM) calculou em 2.000 os presentes.
A marcha foi a primeira realizada no Rio após a autorização pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu em junho do ano passado pela legalidade das manifestações públicas favoráveis ao consumo de drogas.
Os manifestantes, convocados pelo coletivo "Marcha da Maconha", caminharam pela orla da praia de Ipanema, na zona sul da cidade, usando adereços de papelão que lembravam a popular folha da cannabis sativa.
Uma fonte da Polícia Militar consultada calculou em dois mil o número de pessoas que participaram do protesto. No entanto, o advogado André Barros, membro do coletivo, situou entre cinco mil e dez mil o número de participantes do ato, que aconteceu em ambiente festivo e contou com o apoio de uma banda de música.
O início da passeata estava previsto para as 16h20, um horário de forte valor simbólico para os consumidores de cannabis que consideram que esse é a melhor momento para o consumo de maconha.
Os manifestantes pedem que o Supremo Tribunal Federal do Brasil declare inconstitucional o artigo da lei que tipifica como delito o cultivo e a posse da droga.
Enquanto o funcionário público Álvaro Américo defendia a legalização da substância com fins medicinais para combater os efeitos de doenças como o Alzheimer e o câncer, a estudante universitária Camila afirmou que acredita que essa é a melhor fórmula para acabar com a violência em áreas controladas pelo tráfico.
Desde que o STF autorizou a convocação de manifestações para exigir a legalização da droga, o coletivo "Marcha da Maconha" organizou vários atos de protesto para chamar a atenção das autoridades e da população.

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