DEPUTADO CONDENA PEDÁGIO COMO
SOLUÇÃO PARA A MOBILIDADE URBANO


Gilmar Medeiros – Reg. 1535 – DRT-BA.
Ascom - Gabinete


O cidadão e a inclusão social foram os focos principais da sessão especial, realizada na tarde da última quinta - feita dia (05.05), no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia, para debater a crise da mobilidade urbana de Salvador. A mudança da lógica na forma de planejar a cidade, como forma de priorizar os interesses do ser humano, foi a tônica das palestras.
Requerida pelo deputado Álvaro Gomes (PCdoB), a sessão Metrô, Mobilidade Urbana, Copa de 2014 e Inclusão Social reuniu representantes dos governos estadual, municipal, entidades de classe, ambientalistas e do movimento social. O parlamentar proponente, em seu discurso, manifestou preocupação de que o não cumprimento do cronograma das obras possa trazer transtornos e prejuízos à população. O comunista sublinhou a importância de se buscar a inclusão social a partir dos legados que serão deixados pela Copa de 2014.
Para o deputado, a questão da mobilidade urbana ainda é o maior gargalo da capital baiana. Com números divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que mostram o crescimento da frota de veículos – Salvador já tem um carro para cada três habitantes -, ele defendeu uma reengenharia no tráfego da cidade como forma de evitar o colapso.
Ao comentar sobre as alternativas apresentadas pelos especialistas de trânsito para mitigar o problema, Álvaro Gomes ressaltou que o rodízio de carros é uma medida a ser analisada, e condenou com veemência a hipótese de se aplicar um pedágio urbano.


PEDÁGIO URBANO
“Não podemos avançar sobre o bolso da população para resolver este problema. O pedágio urbano atenta contra o direito de ir e vir do cidadão. Caso seja adotada medida nesse sentido, estou disposto a recorrer à Justiça para barrá-la”, disse o deputado.
O comunista encerrou observando que a oportunidade da Copa deve ser também um momento de se construir uma cidade mais humana, segura, agradável e com projetos de caráter social.


Titular da Secopa, Ney Campelo destacou a relevância do tema mobilidade e acessibilidade a partir do grande número de debates sobre o assunto, bem como da presença de pessoas de camadas sociais mais baixas nesses encontros. Para o secretário, é preciso mudar a lógica de conceber a cidade, deixando de ser a do capital e adotando a do cidadão.
Ao falar sobre os modelos de transportes, Campelo comentou que seria uma irresponsabilidade do governo aplicar R$ 540 milhões num sistema, seja ele BRT ou VLT, e deixar para depois a discussão sobre o metrô. Entende ser necessário planejar de forma integrada, contemplando inclusive as ciclovias. “A agenda da Copa é sinérgica”.


Para o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Jonas Dantas, é fundamental discutir a mobilidade urbana com foco na inclusão social. Ele defende a integração dos modais, a utilização do modal náutico, e que se contemple a mobilidade não-motorizada. “A mobilidade de Salvador sempre contemplou a fluidez de veículos”.


PACTO SOCIAL


Presidente da Federação dos Trabalhadores Metroviários de São Paulo, Wagner Farjado chamou de aberração a municipalização do transporte sobre trilho, e denunciou a existência de um lobby forte em todo o país, feito pelos empresários do setor de transporte, para a implantação do modelo BRT – Bus Rapid Transit.
Farjado comentou que a solução é devolver à União a gestão do transporte sobre trilho, e lembrou que o metrô de Paris, o “maior do mundo”, é administrado pelo poder público. Por que no Brasil tem que ser privado?


O deputado capitão Tadeu propôs a adoção de um pacto social, envolvendo empresas, poder público, escolas, igrejas, empresários e a sociedade civil como forma de solucionar os graves problemas do trânsito de Salvador. O pacto consiste na mudança de costumes, hábitos e horários das pessoas em suas atividades cotidianas.




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