PUBLICADO EM17/12/16 13:57ATUALIZADO EM17/12/16 14:25


GRÁVIDA DESAPARECE APÓS MARCAR ENCONTRO PARA BUSCAR DOAÇÕES PARA FILHA NA CENTRAL DO BRASIL, NO RIO.


     Uma jovem grávida desapareceu na Central do Brasil, no Centro do Rio de Janeiro, após marcar, pela internet, um encontro para receber doações para a filha que está prestes a nascer. Rayanne Christini, de 22 anos, sumiu na manhã da última terça-feira, quando ia encontrar uma mulher que prometeu doar roupas para o bebê. Na tentativa de chamar a atenção para o caso, parentes e amigos de Rayanne Christini vão realizar, neste sábado, uma manifestação em Padre Miguel.
     Rayanne, que está grávida de oito meses, mora com a mãe, a filha de 3 anos e dois irmãos, em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio. Segundo amigos e parentes, ela estava em grupos no Facebook de doações de roupas e avisou que iria encontrar a mulher na Central do Brasil e iria até Magé, na casa da doadora, na Baixada Fluminense, para pegar as doações.
- Ela contou para uma amiga que iria encontrar essa mulher, mas não deu detalhes. A amiga dela alertou que aquilo era estranho. Por que ela deveria ir até a Central para ir até Magé? Não era mais fácil a mulher entregar tudo para ela? Não sabemos quem é a mulher. Entregamos um celular antigo dela para a polícia e estamos esperando informações. Mas é tudo muito devagar - disse a tia da jovem, Jupira Costa.
Amiga de Rayanne há mais de 10 anos, Ana Carolina Mattos, de 24 anos, foi a amiga com quem a jovem conversou antes do desaparecimento. De acordo com ela, Rayanne não desconfiou que algo pudesse dar errado.
- Achei muito estranho quando ela me contou. Ela disse que a mulher era da igreja e que o bebê dela tinha nascido muito grande e, por isso, tinha muitas roupas novas para doar. Eu falei que achava esquisito e que ela não deveria ir. Mas ela disse que não teria nada, nem fralda, caso a filha nascesse logo. Além disso, também falou que já tinha ido em favela em Guadalupe e não estava com medo de ir à Central. Passei o dia preocupada. Quando soube que ela não tinha voltado para casa, me desesperei. Mandei mensagens, mas ela não retornou nenhuma - disse a amiga.
     Ainda de acordo com a tia de Rayanne, Jupira, a jovem deixou a filha de três anos na creche e foi em direção à estação de trem de Padre Miguel. Um amigo da jovem teria rastreado o celular dela até Caxias, mas perdeu o sinal.
- Ela deixou a filha na creche e foi de mototáxi até a estação. De lá, ia para a Central. Meu sobrinho viu ela entrando na estação de Padre Miguel. Era por volta de oito da manhã. A última mensagem que ela mandou foi por volta de 10h, quando ela perguntou para uma vizinha se ela estaria em casa. Acredito que tenha sido para dizer que ia demorar para voltar e para ver se alguém poderia buscar a filha dela na creche. Mas a vizinha só viu a mensagem depois de um tempo e ela não respondeu mais. Um amigo nosso rastreou o celular dela e ele estaria em Caxias, mas depois dali não tem mais sinal. Passamos tudo para a polícia - contou.
     Ainda segundo a tia da jovem, a mãe de Rayanne está desesperada e a filha ficou doente após o desaparecimento.
- Apesar de nova, ela é muito responsável com a filha. A menina pergunta toda hora pela mãe. Ela achou que a Rayanne tinha ido para o hospital ter a irmãzinha dela. Já teve até febre. Minha irmã está desesperada. Toda hora vai para rua na esperança de encontrar a Rayanne - disse.
Além do encontro marcado na Central do Brasil, Rayanne encontraria uma outra integrante do grupo, dessa vez, em Bangu, na Zona Oeste.
- Ela não me deu uma hora específica, mas seria na parte da tarde. A gente aproveitou o fato do meu esposo trabalhar em Bangu, já que ela sairia da estação de trem do bairro. Antes dele sair de casa, mandei mensagem pra ela pelo Facebook, dizendo que ele já estava saindo, onde trabalhava e dando características físicas, dele. Mas ela não visualizou. A visualização só apareceu na quarta, quando, pelo Facebook dela, os parentes me disseram que a polícia conseguiu a senha e eles começaram a entrar em contato com as últimas pessoas com quem ela conversou - explicou Lola Alves.
     Ainda segundo Lola, as outras mulheres do grupo que Rayanne pertence ficaram assustadas com o desaparecimento.

- A administração da página publicou para termos mais cuidado ao marcarmos e todas que comentam estão chocadas e horrorizadas com o caso - disse.
Algumas pessoas entraram em contato com a família com informações do paradeiro da jovem. Segundo familiares, Rayanne saiu de casa com um vestido estampado. No entanto, uma das pessoas que falou com a família relatou que a jovem estava vestindo uma calça jeans e uma blusa de manga comprida azul, com barriga de fora. Procurada pelo EXTRA, a Polícia Civil não retornou às mensagens. No entanto, lançou um cartaz que estampa o rosto da vítima e contatos para quem tiver informações sobre o caso.

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